sexta-feira, 22 de maio de 2015

A sucuri dorme II

Por JB da Silva
Apenas dois anos se passaram e o atual Primeiro Ministro da China Li Keqiang veio ao Brasil com dinheiro à vontade e propostas irrecuveis que contemplam oito áreas distintas desde a infraestrutura a planejamento estratégico e 53 bilhões de dólares que já estão disponibilizados para embasar as ações.
Á parte de tudo isso, está a proposta de construção da Ferrovia Transcontinental que se dará do Porto Açu no Rio de Janeiro até o Porto Ilo no Peru. Construída esta ferrovia dela vai se beneficiar praticamente toda a América Latina devido ao fato mais do que evidente de que os países circunvizinhos tratarão de construir estradas secundárias para contatar a Ferrovia com o objetivo de vender e exportar seus produtos o que deve gerar para o Brasil, China e Peru novos contratos e parcerias comerciais.
A Ferrovia Transcontinental não foi criada agora. Incluida no Plano Nacional de Viação em 5 de maio de 2008 a EF-246 ligará Porto Açu, Rio de Janeiro a malha ferroviária do Peru até Porto Ilo no Pacífico. Em outros documentos oficiais ela é citada como EF-354 e integra a Ferrovia de Integração Centro-Oeste no trecho Campinorte (GO) à Vilhena(RO), com 1.630 km.
Somente o trecho Uruaçu(GO) a Vilhena (RO) teve seu pré-projeto concluído que estimou a extensão do trecho em 1.500km a um custo de R$.25 bilhões em bitola larga permitindo uma velocidade de 120km hora.
O inicio da construção da Ferrovia estava previsto para Abril de 2011 mais até a data presente não começaram. O compartilhamento e financiamento da Ferrovia foi um acerto entre a China, Peru e Brasil em 2014 e a visita do Primeiro Ministro da China Li Keqiang pode ensejar o inicio de estudos de projetos, viabilidades e construção da Ferrovia.
Concluída a Ferrovia, há de se gerenciar com propriedade através de leis e regras de real teor e eficazes, as atividades que envolvam o plantio de soja, a criação de rebanhos para abate e a extração de madeiras. Não permitindo em nenhuma hipótese a ampliação de pastagens e o aumento das áreas cultivadas tombando e federalizando as terras à volta da ferrovia impedindo assim a grilagem e ocupações indevidas. O que sem sombra de dúvidas implicará em um novo repensar da Reforma Agrária.
A História não tem pressa e às vezes costuma repetir capítulos já vivenciados em outras Eras.
Mesmo os mais sinceros e honestos cientistas políticos que passam os dias enfurnados nas confortáveis salas de universidades e instituições, e cujo olfato nunca sentiram o “”bodum do fedor da catinga do corpo da miséria”” nas periferias, nem tampouco nos sertões remotos, não possuem a visão, nem associam a implantação da Reforma Agrária e Urbana com a nossa Cidadania, a Unidade Nacional e a afirmação a nível internacional do Brasil como Nação soberana e independente.
D Pedro II e a Reforma Agrária
Essa visão de soberania e independência, também não tem os governantes, políticos e nossas elites mais já a tinha em alto grau o Imperador D. Pedro II pois preocupado com o destino dos escravos e suas famílias recém libertos, do sertanejo subjugado como colono e a salário vil nos latifúndios dominados pelo coronelismo econômico e político, do iminente crescimento demográfico que poderia sufocar as metrópoles, e a chegada sistemática de levas e levas de imigrantes, este incrível Monarca, defensor do povo e das Coisas Públicas, cobrou dos Parlamentares as reformas necessárias e prometidas na época. E por força de lei, eles eram obrigados a dar a resposta.
Na Fala do Trono, veículo do qual se utilizava para fazer seus pronunciamentos a Nação e aos Parlamentares, na Sessão do dia 03 de maio de 1889, D. Pedro II provocou e cobrou do Parlamento atitudes sobre a questão da colonização , a partir de temas que por força estavam associados na época. E os termos com os quais se dirigiu aos representantes da Nação foram esses:
« Não tem sentido menos solícitos os altos poderes do Estado em auxiliar a agricultura e outras indústrias, favorecendo a corrente imigratória, já avolumada e em grande parte espontânea, pelos exemplos de prosperidade dos estrangeiros que procuram a nossa Pátria. Ascenderam as entradas, o ano passado, ao número de 131.000 imigrantes; as dos últimos meses anunciam resultado maior.»
«Para fortalecer a imigração e aumentar o trabalho agrícola, importa que seja convertida em lei, como julgar a Vossa Sabedoria, a proposta para o fim de regularizar a propriedade territorial e facilitar a aquisição e cultura das terras devolutas. Nessa ocasião, resolvereis sobre a conveniência de conceder ao Governo o direito de desapropriar, por utilidade pública, os terrenos marginais das estradas de ferro, que não são aproveitados pelos proprietários e podem servir para núcleos coloniais.»
Os anais do Império demonstram que no Projeto de Resposta a Fala do Trono, de 22 de maio de 1889, o Parlamento se comprometeu a executar as ações sugeridas pelo Imperador ainda mais que; décadas de prosperidade atraiam a atenção do mundo e exigiam grandes transformações em toda a estrutura da Nação. A resposta que lhe deram de imediato foi atestarem a sua deposição em novembro através de uma quixotesca e ridícula quartelada  costume ou vício das práticas e dogmas republicanos e democráticos. a quartelada foi comandada por um  General ciumento e vingativo.
Até hoje, D. Pedro II, o Brasil e os brasileiros estão esperando uma resposta, que poderia ter sido dada pelos políticos daquela época, ou no atraso pelos políticos de hoje em dia.
Como aconteceu no passado a Ferrovia Transcontinental provocará a ida de todo o tipo de gente para sua construção. Desde prostitutas a mascates, desde traficantes a humildes comerciantes de alimentos, inclusive famílias a procura de trabalho e novas oportunidades de vida não se descartando aqui, os Sem Terra e os Sem Teto.
Quem vai lucrar ou quem poderá lucrar com a construção da Ferrovia Transcontinental:
Claro e é evidente que a grosso modo e raciocinando primariamente, será a China quem mais lucrará com o empreendimento. Implantada a ferrovia ela poderá importar matéria-prima mais barata e exportar seus manufaturados com maior rapidez além de começar a receber o pagamento dos empréstimos concedidos.
Realmente foi “ Um Negócio da China para os Chineses” ainda mais que; existe o perigo de qualquer país da América Latina se tornar uma “COLÔNIA ECONÔMICA DA CHINA” inclusive o Brasil.
E o que se deve fazer?
Para respondermos a esta pergunta necessário se faz tecer as seguintes considerações ou explicações:
A nível Global o esquema vigente é este:
Elite Primordial Abstrata mais presente e determinante..
Elite Primordial Concreta e atuante.
Elite Política, Militar, Econômica, Industrial, Ruralista, Comercial, Cultural, Religiosa e Máfias abstratas mais presentes e determinantes.
Elite Política, Militar, Econômica, Industrial, Comercial, Ruralista, Cultural, Religiosa e Máfias concretas e atuantes.
A nível de Nação o esquema vigente é este:
Governo
Elite Social
Elite Social Básica
Elite Política, Militar, Econômica, Industrial, Ruralista, Comercial, Cultural, Religiosa e Máfias abstratas mais presentes e determinantes. 
Elite Política, Militar, Econômica, Industrial, Comercial, Ruralista, Cultural, Religiosa e Máfias concretas e atuantes.
Classe Média
Povo
Este esquema é real no três processos civilizatórios. A partir do demonstrativo acima entende-se que empréstimos, cooperação, acordos e intercâmbios só exitem entre as Elites internacionais e nacionais e não estão direcionadas as empresas de porte médio e nem as empresas de origem popular, as micro empresas. Estas, se pleitearem apoio e ajuda terão que se haver com a boa vontade do Governo local e se ajuda financeira houver é a juros escorchantes devido que o dinheiro nem sempre se origina do Governo local mais do bolso das Elites Internacionais.
A Classe Média fornece executivos, engenheiros, doutores, pesquisadores, artistas e outros profissionais de alto nível.
O Povo fornece artistas, técnicos, operários e serviçais.
As Elites lucram de várias formas; elaborando projetos e os pondo em prática, emprestando dinheiro de todas as formas possíveis e imagináveis, além de gerenciar o comercio e os esforços de guerra.
A Classe Média e o Povo não participam de tais lucros, apenas trabalham a troco de um salário mensal que é devolvido para o bolso das Elites ao pagarem aluguéis, alimentos, planos de saúde, escola, remédios e outras necessidades especiais da família.
Logo, da Ferrovia Transcontinental ao mais elementar projeto ideado pelo Governo a partir do empréstimo de US$53 bilhões o que se há de raciocinar é que tal montante só vai beneficiar em termos de Postos de Serviço uma pequena parcela do Povo Brasileiro que são mais de 200 milhões.
Mediante isso, temos que nos preocupar seriamente com nossas industrias de médio porte, manufatureiras, as micro empresas e com a valorização de nosso produto nacional a nível de competitividade no plano internacional para que possamos gerar os postos de serviço necessários para o nosso desenvolvimento e tranquilidade social.
Isso o faz muito bem os países europeus que defendem seu produto nacional de todas formas possíveis.
Uma campanha sistemática sobre os temas aqui abordados deve ser empreendida em nosso dia a dia desde as salas do Ensino Fundamental às Universidades e aos recintos do Senado e da Câmara.
E a razão é esta: a história se repete e não devemos errar desta vez.
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**** O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.
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**** Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me viste.
**** Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
**** Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão

**** Fim.


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