sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O Intermediario


Na década de 70, já pintava. Estudava e praticava pintura, desenho e escultura na SBBA na rua do Lavradio. Com outros alunos mais já profissionais, nos instalamos em dois velhos pardieiros na Rua da Relação em frente a SBBA com a intenção de fomentarmos a estruturação de uma Rua de Arte. Foi um período artisticamente alegre, profícuo e politicamente proveitoso ainda mais que; a nossa volta existiam muitos jornais: Tribuna da Imprensa, Luta Democrática, Ultima Hora e o moribundo Correio da Manhã. Cheguei a ter uma coluna de Artes Plásticas no jornal Luta Democrática e ser seu ilustrador. Escrevia e ilustrava a biografia do famoso Tenório Cavalcante. Todos os dias ele se sentava no escritório e contava seus “causos” como ele gostava de dizer e eu sintetizava tudo, ilustrava e no dia seguinte era publicado. 
Nossos ateliers estavam sempre com gente entrando e saindo. Eram artistas e funcionários da antiga TVE, jornalistas, curiosos e até aqueles taciturnos senhores da Maçonaria. Uma coisa eu tenho de contar; apesar do atelier e de expor na Feirarte de Ipanema, antes vendia meus quadros a bordo dos navios atracados no Cais do Porto e na Zona, nome como era conhecida as ruas do baixo meretrício. Das amigas daquele inumano mundo não posso me queixar mais devo registrar isto; muita senhora da alta ia lá defender sua receita.
A instituição da Rua de Arte não deu certo e nos dispersamos pois, já profissionais expondo em galerias, na Feirarte de Ipanema e participando de leilões e exposições não tinha sentido lutarmos pelos imóveis, seria perda de tempo. Nesse ambiente peculiar e curioso é que conheci o Intermediário. Era loquaz, divertido e muito alegre mais quando começava a falar de Civilizações extintas, Ovnis e sortilégios só eu mesmo é que o aturava.
Apesar disso, o sentia sincero nas suas teses e contagiado pelo seu entusiasmo e a sua facilidade de expressar ideias acabei concordando em realizar pesquisas no campo do extra sensorial, pois ele era um médium de incrível potencialidade. Isso me fez rapidamente entender não todos evidentemente mais quase todos os aspectos desta inequívoca capacidade do ser humano. Encontrava-mos quase que diariamente e o diálogo com pressupostas entidades e seres alienígenas que se expressavam através dele me levaram até a deixar a rotina de trabalho e meu lugar na Feirarte de Ipanema. 

Quando dei por mim, estava sem vintém e vivendo de favor num soturno cômodo de um centro espírita  e socialmente esta aventura me custou muito caro. Mais o que me impulsionava para continuar a pesquisa foi o evento acontecido na Serra de Mangaratiba, na serra do Mazomba e a confecção do livro Os Deuses Vivem no Inferno, cujos rascunhos me eram entregues de dois em dois dias pelo Intermediário que seguindo ele eram rascunhos telepagrafados de emissões de seres alienígenas. Uns que viviam na Amazônia os Ulás, outros que periodicamente estavam no nosso Sistema Planetário os I. Alás e outros que estavam a milhões de anos luz da Terra os Yones. Segundo uma explicação dos Ulás uma transmissão telexiônica dos Yones de cinco minutos consumia a quantidade de energia igual a consumida pela cidade de São Paulo em 24 horas. Ora os fato ocorridos na serra de Mangaratiba e na do Mazomba era uma realidade só minha. As pessoas podiam acreditar ou não acreditar no meu relato mais o livro era e é uma realidade coletiva pois ele foi escrito e publicado e o pior e inexplicável ; ele foi escrito do ultimo capítulo para trás em apenas duas ou três semanas e tem exatamente se não me engano 72 ou 77 páginas. Quem entende de Cabala sabe onde quero chegar.
Segundo os Ulás nós teríamos que formar um grupo e outros livros seriam telepagrafados. Foi então que o Intermediário me apresentou um rapaz franzino ex-seminarista que seria dos três O Observador. Na intenção para que outras pessoas participassem começamos a contatar simpatizantes. Mais na sua totalidade eram simples curiosos e ninguém queria perder tempo com reuniões ou pesquisas de campo ou coisas assim. Todos querem as coisas e respostas prontas sem dispender tempo ou gastar um níquel. O grupo então ficou restrito aos três e o seminarista como eu ficou na penúria, sem trabalho e passando dificuldades como eu. Muitas foram as experiências, muitas foram as decepções mais o livro foi editado através da Editora Cátedra que anos mais tarde veio a falir. Até hoje ninguém sabe quem pagou a edição. Nem o Intermediário, nem o Observador e muito menos eu tínhamos dinheiro para pagar. Na época indaguei na Editora quem tinha pagado, ninguém sabia dar resposta e numa outra vez que indaguei a proprietária irritada me respondeu;
- O importante é que recebemos e o senhor tem nosso recibo .Certo moço?
Realmente eu tenho o recibo do pagamento que guardo como prova real dos acontecimentos. O grupo logo depois se desfez. Cada um foi para seu lado e com muita dificuldade voltei a pintar e retornar a Feirarte de Ipanema. Nunca mais nos vimos mais por acreditar em tudo que aconteceu continuei sozinho a tentar conhecer a realidade ou as verdades que envolvem este mundo e sua humanidade e tive como prêmio a descoberta do incrível Tecno Teste a Ciência Oaieme o Código dos Códigos, a ferramenta com a qual o Ser Humano pode reformular todos os conceitos até hoje estabelecidos.
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**** O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.

**** Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me viste.
**** Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
**** Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão

**** Fim.