Acordei
cedo, tomei meu café e como ainda estava muito escuro fui sentar na
cadeira de ferro no final da varanda. Havia movimentação na NVBR-01
na sua cobertura e heliporto.
Como
o Cmte Berhu me viu cumprimentou-me com um aceno. Respondi e
continuei sentado. Por alguns momentos fiquei indeciso quanto as
minhas atividades ou ações no transcorrer da manhã devido ao fato
de que somente na parte da tarde participaria de compromissos na
NVBR-01 mais ao lembrar-me do resultado e previsões encontradas por
Dhoren em sua análise sobre o Complexo Urbano Tele mental de
Sepetiba uma pergunta surgiu dentro de minha mente:
““ Como
o Brasil poderá ser um exemplo em Educação e Cultura no futuro se
no momento presente é de total decadência a Educação Brasileira
do Fundamental a Faculdade?”“
Claro
que não tinha uma resposta para dar a mim mesmo e por isso fui
pesquisar na Internet a opinião daqueles que de uma maneira ou outra
estão ligados a Educação no Brasil.
De
uma maneira geral todos se queixam de que apesar do Governo apregoar
a construção de novas Unidades escolares e até Universidades a
maioria das Unidades de Educação sofre com o desaparelhamento de
material e físico. O salário dos professores é incompatível com
as suas funções ainda mais que como agravante temos a péssima
formação dos mesmos pelas pressupostas Universidades formadoras de
profissionais do ensino. Todos batem na mesma tecla; é preciso
investir na formação e na reestruturação do corpo docente e
torna-se necessário uma preocupação sistemática com a
metodologia de ensino e ter uma pedagogia correta, que tenha o rosto
do brasileiro para que a criança possa ler, escrever, entender e
raciocinar com propriedade. Além do que cobrar com maior ênfase um
compromisso cívico de maior intensidade com a escola do corpo
docente.
Em
uníssono eles reclamam pela a escassez de recursos que não
complementam uma real assistência a área de educação devido ao
fato de que ao percorrer o caminho via Mec, Secretarias
Estaduais de Educação, Secretarias Municipais de Educação, estes
recursos se diluem sob a interferência de políticas administrativas
dúbias não consagrando assim uma real assistência econômica as
Unidades de Ensino.
Depois
de lê, analisar e meditar muito sobre as informações coletadas na
Internet cheguei a conclusão que os males que afligem a nossa
Educação são estes:
1.
– Desaparelhamento material físico das Unidades de Ensino
2.
- Salários incompatíveis com os encargos da profissão
3.
- Má formação, despreparo e falta de uma política eficaz para
formação, reavaliação, reestruturação, e reciclagem do Corpo
Docente.
4.
- Metodologias de ensino e pedagogia incompatíveis com o perfil
brasileiro
5.
- Recursos escassos para a gestão das Unidades de Ensino
6.
- Interferência na aplicação das metodologias e no conteúdo
pedagógico e didático por ideologias políticas e credos religiosos
7.
– Debilidade do compromisso cívico do Corpo Docente.
8.
– Progressiva desnacionalização do ensino em seus conteúdos
pedagógicos e didáticos, sufocados pelo crescente uso de idéias,
propostas e modelos educacionais estrangeiros usados na sala de aula.
A
partir da lista anterior podemos tecer as seguintes considerações:
1.
O desaparelhamento material e fisco das Unidades de Ensino podem ser
detectados até mesmo nas grandes Metrópoles do País onde serve de
material de chacota na mídia quando a mesma quer fustigar este ou
aquele governador ou prefeito. Ao descaso dos órgãos públicos,
some-se a falta de respeito e os atos predatórios praticados pelo
corpo discente da instituição. Leis duras deveriam ser editadas
para coibir os abusos, punir os culpados e o ressarcimento dos
prejuízos deveria ser cobrado dos pais ou responsáveis pelo
infrator ou infratores. Do mesmo modo o desvio de verbas, materiais e
outros bens de consumo deveriam ser penalizados com o máximo de
rigor.
2.
O Docente queiram ou não a sociedade é um ser especial
principalmente quando cônscio de suas responsabilidades, as exerce
com propriedade perante Deus e os homens. Logo, ele deve receber da
sociedade o justo salário para que ele possa exercer suas funções
pelo menos com o mínimo de conforto e dignidade. Moradia, bens
domésticos de uso, veiculo próprio, roupas adequadas e compatíveis
com sua posição, cursos, tecnologias de ponta e um salário que a
isto tudo contemple. A China sempre soube disso e desde seus
primórdios ao enfatizar a personalidade e o papel do Professor no
seio da sociedade, fez uma contribuição permanente ao progresso da
Humanidade.
3.
Pelo menos até os anos 50 do Século passado, época em que estudei
nas séries primárias, o Docente ministrava todas as matérias na
sala de aula. É evidente que ele tinha que estar atento e em dia com
as propostas educacionais do governo. Era um ser polivalente em suas
funções e se constituía um escândalo para o Corpo Docente e para
os pais de alunos a perca de alunos no final do ano para a
repetência. Isto colocava a sua honorabilidade profissional em jogo.
No momento presente existem professores para lecionar todo o tipo de
matéria, os chamados especialistas e o ensino em vez de progredir
simplesmente estagnou no tempo porque a competência didática,
pedagógica e cívica do Corpo Docente é deveras simplória e a
respeito disto os dados são alarmantes. O próprio governo sabe
que
a real situação de nossos profissionais de ensino quanto a sua
formação e competência é
sofrível.
4.
É público e notório que não temos uma Pedagogia eminentemente
Brasileira o que temos nada mais é do que modelos importados isto é
retalhos, que compõem a colcha pedagógica brasileira. Como tais
retalhos ou propostas pedagógicas oriundas de além mar em muitos
casos não são compatíveis entre si, difícil é de se estabelecer
um conceito sobre a Pedagogia empregada na Educação dos
Brasileiros. Pedagogia Tradicional, Renovada, Tecnicista, Social
Política e Construtivista são ideações de outros povos e não
exprimem a nossa Brasilidade. Nossas autoridades assim como nosso
Corpo Docente ainda sofrem daquela doença terrível “a
subserviência intelectual aos ditames, modismos e ideações
oriundas do estrangeiro”. O dito aqui não é um ato xenófobo, que
nos espelhemos naqueles que fazem o melhor por este mundo afora é o
óbvio mais não é possível aceitar uma educação eminentemente
brasileira sem as propostas vivas oriundas da sala de aula e de
nossas culturas regionais.
Não
é possível educar uma criança na Suissa e outra no Agreste
nordestino utilizando a mesma Metodologia Pedagógica. Por isso se
faz mister que o Docente tenha a liberdade de ousar, propor e até
modificar as metodologias em curso dentro da sala de aula. Ao lidar
com a área de educação, no questionamento a qualidade do ensino
enquanto líder comunitário observei que era elegante e de bom tom
um professor da língua portuguesa citar John Dewey, Piaget, L.S.
Vygotsky, Wallon ou Emilia Ferreiro. Raramente alguém citava Anísio
Teixeira ou Paulo Freire e outras eminências de nossa Educação.
Com cara de tolo agradecia a explicação e o docente se ia pedante,
pensando que tinha prestado uma grande informação a este “caeté”.
5.
A escassez de recursos da Unidade Escolar pode ser detectada
mensalmente a partir de um levantamento de suas necessidades e
prioridades. Fácil de fazer, fácil de executar e mais fácil ainda
é fiscalizar a aplicação dos recursos.
6.
Uma prática que se perpetua através dos anos na área de educação
e que ninguém ousa denunciar ou questionar é a prática sutil e
perniciosa das ideias políticas e religiosas. Discorrer sobre
política ou religião é próprio de uma aula cívica mais
considerando que as ideologias políticas cada uma de per si
alardeiam que possuem as soluções para os problemas sociais do
homem e as religiões da mesma forma alardeiam que são
intermediarias entre Deus e homem nas questões do espírito e, como
aquelas nem essas a luz da Ética, da Razão e principalmente da
Moral podem comprovar o que publicam e afirmam, professar mesmo de
maneira subliminar religião ou política na sala de aula é uma ato
antiético e imoral considerando a diversidade de credos, crenças,
raízes étnicas e culturais que se aglutinam e se consolidam no dia
a dia em nosso País embora não sejam percebidos pela sociedade e
são os embasamentos de uma Filosofia diferenciada, coerente, nossa e
inquestionável que nos permite dizer que somos não uma Nação mais
uma Civilização Emergente.
7.
A debilidade do Civismo no interior das Unidades de ensino é a olhos
vistos, é tedioso cantar o Hino Nacional e pouco se sabe sobre as
mulheres e homens que no passado até a vida deram para que
herdássemos este País continente mais o Civismo não é só isso e
não se restringe apenas a aferir aspectos históricos, culturais e a
memória de uma Nação, ele é muito mais do que isso e o Civismo
que devemos cultivar e através do qual podemos modelar uma
personalidade pátria, pode ser fortalecido a partir do momento em
que os problemas com os quais se defrontam o País sejam levados ao
conhecimento dos alunos assim como as realizações e progressos que
foram alcançados sejam demonstrados, discutidos e julgados na sala
de aula. Ninguém possui uma vida mais plena de realizações
pessoais do que um professor convicto não na fé, mais na certeza de
sua profissão e não se pode subestimar a capacidade de aprender e
de se superar mesmo sendo o aluno não bem aquinhoado pela
inteligência. O Civismo é o Tempero da Educação e a roupagem da
Cidadania.
8.
Essas considerações básicas refletem a situação da Educação
nos Países subdesenvolvidos e nos emergentes como o Brasil e se
estendem até aos países europeus como é o caso de Portugal. A
nível de Brasil, fiquei perplexo com sua situação ao manusear um
livro encontrado em um “Sêbo” editado em 1967, Pátria
Brasileira de autoria do Professor Antonio D’Avila. O livro que é
um verdadeiro compêndio de Educação Cívica se distingue pela sua
linguagem
pura e pela Brasilidade de seus princípios pedagógicos. Conhecedor
dos problemas da Educação no Brasil em sua época, discorre de
maneira séria sobre as responsabilidades do Governo, da Sociedade e
do Corpo docente do País. Longe de ser mais uma publicação às
poeiras numa biblioteca, o livro é atual e retrata o momento
presente da Educação Brasileira o que significa dizer que ele é um
documento prova viva e concreta da negligência Governamental, da
obtusidade de nossas Elites e do acomodamento de nosso Corpo Docente
Nacional no gerenciamento da Educação Brasileira nestes últimos 45
anos considerando a data de edição do livro.
A
progressiva desnacionalização do ensino em seus conteúdos
pedagógicos e didáticos, sufocados pelo crescente uso de ideias,
propostas e modelos educacionais estrangeiros usados na sala de aula
já eram denunciados pelo Mestre. Nos dias atuais a educação nos
paises subdesenvolvidos e emergentes e neste caso se inclui o Brasil
caminha ou se desenvolve de acordo com as matrizes ”sugeridas”
isto é impostas pela Nova
Ordem Mundial via Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional.
A
manutenção de uma Educação canhestra, caduca e que não eleva em
nada o indivíduo se esconde por trás de demagógicas promessas de
benefícios educacionais a população porque os detentores de todo o
poder deste mundo “com suas políticas educacionais colonialistas”
tem objetivos claros a longo prazo e a Educação do povão e seu
futuro são coisas do “mundo do faz de conta”. Por isso o
candidato a docente ao se formar na Universidade deve saber que não
sairá de lá como um Mestre e formador de opiniões mais apenas como
um monitor que ensinará aos alunos como se prepararem para serem
pacíficos servidores deste satânico sistema onde serão escolhidos
ou excluídos pela MÚLTIPLA ESCOLHA a partir mesmo da sala de aula.
No
entanto, dentro da sala de aula o professor pode mudar até mesmo a
situação global ao lecionar de acordo como o sistema quer mais se
doando muito mais além, ao informar, ao esclarecer, ao ser
verdadeiro e ao dar exemplos pessoais de conduta da maneira de como o
aluno necessita, do jeito de como a sociedade precisa para não ser
transformada em um exercito de robôs a serviço de uma minoria
planetária porque ali na sala de aula, bem ali a sua frente pode
estar uma criança que talvez seja no futuro um agente transformador
da sociedade e para isso o Docente pode contar com o aporte e suporte da Ciência Oaieme.
Que
honra para um cidadão pode dizer no futuro: Este ilustre cidadão
foi meu aluno! E o 4º Poder pelo menos a nível de Brasil deve estar
atento ao aparelhamento das Escolas, ao uso dos recursos na área
de Educação, as Metodologias Pedagógicas e Didáticas que devem
ser utilizadas na Educação Brasileira, a restauração da dignidade
do Corpo Docente através de salários justos, reciclagem constante e
ao compromisso umbilical do mesmo com sua Unidade Escolar. Sem
sombras de dúvidas o destino desta Humanidade está nas mãos das
Mestras e Mestres deste Mundo. Que Deus os guarde.
E
se; um último alguém ao deixar o Brasil tentar apagar a luz que
ainda resta de nossa Brasilidade não conseguirá, pois haverá
sempre um ninguém para mantê-la acesa eternamente. (J B da Silva)
****
****
O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga
pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No
entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e
o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre
serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.
****
Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me
viste.
****
Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
****
Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão
**** Fim.
**** Fim.