Olá
a Todos.
A década
de 1990 foi dura. Consciente de minha situação tratei de me adaptar
a minha nova vida na solidão. Geralmente escrevia o Dissidente de
Alpham à noite e nos finais de semana. Um dos tópicos que mais me
empolgou quando estava a escrever, era o retorno da Arca Santa para o
Brasil, trazida pelo Rei de Tiro, pois pressentiu o que iria
acontecer séculos depois a Cristo. Em 1993 consegui comprar uma
máquina de escrever em um brechó e copilei as 300 páginas do
livro. Peregrinei batendo na porta de quase todas as editoras no Rio
de Janeiro e só tive como resposta um não. Somente uma emitiu um
parecer onde seu autor se admirava da minha coragem de querer
publicar o que pensava. Não me aborreci com a situação, mais senti
e ainda sinto um sentimento profundo de desprezo pelos meios
editoriais e jornalísticos que alardeiam e publicam qualquer “lixo”
que vem do Primeiro Mundo às suas próprias expensas quando poderiam
arriscar um pouco em novos autores brasileiros.
Um
dia, resolvi fazer uma faxina no atelier, depois de terminada,
coloquei uma pequena escrivaninha embaixo da janela que dava para o
quintal e ali arrumei o que poderia precisar para escrever. Não sei
por que coloquei o Dissidente de Alphan e Os Deuses Vivem no Inferno
encostados na parede e debaixo da janela. Como estava meio cansado e
fazia calor fui sentar no sumiê situado na parede oposta nele, onde eu
costumavas descansar.
Muitos coisas e fatos transcendentais acontecem
na minha vida e quando vão acontecer eu os pressinto e naquele
momento eu estava sentindo que algo importante iria acontecer. Estava
sentado e quieto na expectativa quando de repente o ambiente se
desestabilizou tudo parecia está boiando no espaço. Procurei ficar
o mais calmo possível e atento aos acontecimentos. Depois de alguns
momentos de confusão, uma paz profunda inundou o ambiente assim como
uma brisa marinha com seu cheiro característico de mar.
Fiquei
admirado por que meu atelier era distante do mar. Depois de algum
tempo, entre eu e a escrivaninha uma grande esfera translúcida mais
faiscante boiava no ar. Parecia que milhares de vaga lumes haviam se
juntado para formá-la. Através dela eu via os dois livros
encostados na parede. Uma força oriunda da esfera me obrigava a
olhar na direção dos livros e o que estava na frente era Os Deuses
Vivem no Inferno. Por não saber o que fazer diante da situação,
preferi ficar quieto esperando qualquer desfecho ou orientação. De
repente, ao olhar para os nomes dos autores do livro fiquei
estupefato: uma força estranha vindo do interior da esfera me
obrigava a capturar letras de dentro dos nomes dos autores e esta
mensagem foi montada no interior da esfera:
SESOSTRIS,PODEROSO FARAÓ VEIO AO BRASIL ATRAS DE OURO E ESPECIARIAS. EM MEIO A
FORTE BORRASCA SUA NAU AFUNDOU NA BAIA DE GUANABARA EM FRENTE À
PRAIA DE ICARAI. SEU CORPO ANOS DEPOIS FOI LEVADO PARA TEBAS POR
MARUJOS FENICIOS. SUA ESFINGE GRAVADA NA PEDRA DE JURUJUBA OBSERVA
IRACUNDA A IBIS NO PÃO DE AÇUCAR. SÓ PODE SER VISTA EM DIA
NUBLADO. ESTE MÉTODO TE SERÁ ENSINADO. AGUARDE.
Como existem três faraós com esse nome não consegui aferir qual o que veio ao Brasil.
Como existem três faraós com esse nome não consegui aferir qual o que veio ao Brasil.
Eis
os nomes dos autores do livro os Deuses Vivem no Inferno
Aí
está o incrível, matemáticamente as palavras do texto estão
dentro dos nomes dos autores
JOAQUIM
RODRIGUES DOS SANTOS NETTO
FRANCISCO
DE PAULA PINTO
JOAO
BATISTA DA SILVA
Eu
fiquei perplexo e ali sentado por quanto tempo não sei. Quando já
estava senhor de meus raciocínios, a esfera começou a esmaecer até
se transformar num pequenino ponto fosforescente que depois de algum
tempo sumiu.
O
que aumentava a minha perplexidade é que muitos anos antes, em 1974
quando estava envolvido na confecção e edição do Os Deuses Vivem
no Inferno estranho fato aconteceu. Quando as coisas não iam bem,
costumava ir à casa de M. para me consultar com sua cigana Sulamita.
Ela era uma mocinha de uns quinze anos que frequentava a escola de
artes onde exercia as minhas atividades artísticas. Éramos muito
amigos e não existia qualquer vínculo a nível de amor ou sexo.
Estava indo de ônibus para sua casa e no aterro do Flamengo o
tráfego ficou parado por cerca de vinte minutos. Sentado no interior
do ônibus pela janela olhava despreocupado a paisagem quando me
chamou a atenção o perfil de um egípcio na Pedra de Jurujuba. Eu
já tinha ouvido muitas histórias contadas sobre a Íbis do Pão de
Açúcar e sobre a Pedra da Gávea mais nunca ouvi ou soube de alguma
coisa a respeito da Pedra de Jurujuba.
M.
morava em Marechal Hermes e ao chegar a sua casa já havia muitas
jovens e mulheres sentadas na varanda do apartamento para serem
atendidas. Quando adentrei a sala para cumprimentar sua mãe e
irmãos, a Sulamita falou do quarto:
-
Está assustado por que viu o Rei ganjão?
-
É. Um pouco. Respondi
Quando
chegou a minha vez de ser atendido, depois de conversarmos a respeito
do livro e das dificuldades de sua edição ela me explicou que no
futuro eu iria saber de quem era a esfinge e o segredo que a Íbis
escondia. Só que eu teria que estudar muito uma coisa que iam me
ensinar.
O
que aconteceu no Aterro do Flamengo e no atelier são os primeiros
passos concretos da confecção do Tecno Teste a Ciência Aieme.
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O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga
pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No
entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e
o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre
serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.
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Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me
viste.
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Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
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Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão
**** Fim.