Os Ovmbas

Era já de tardinha quando fui acordado pelo Cmte. Berhu, porque depois do almoço meu corpo só pedia descanso. Realmente a reunião na NVBR01 me deixou exausto por isso adormeci profundamente na rede embaixo das mangueiras.

- Desculpe incomodá-lo Cmte. Jotha mais o Cmte. Scalus deixou orientações para que discutíssemos a situação dos Ovmbas e as possibilidades de entrosamento com eles.

- È prioridade?

- Não Cmte. Mais devemos tratar disto logo para evitarmos acúmulos de tarefas.

- Está bem. Vou tomar um banho e fazer um lanche. Não me demoro.

- Não quer lanchar na nave?

- E qual é o cardápio?

- Essências de laticínios e frutas da época.

- Hum!Hum! T.C. (OK, Tudo bem, tudo certo, de acordo)

Após o banho preparei um lanche para a Mãe e disse a ela que ia descansar na rede. Ela fez um sinal de positivo com o polegar e pediu para ligar a televisão. Na nave me dirigi para o refeitório e ao entrar fiz logo sinal para que todos estivessem à vontade e fui sentar ma mesa onde estavam o Cmte. Berhu e dois oficiais andinos.

Ao me cumprimentar fez um sinal para que um tripulante providenciasse meu lanche. Ele trouxe meu lanche e em minha etérea bandeia havia vários frascos também etéreos e o Cmte. Berhu foi explicando os conteúdos e sabores. Escolhi essências enevoadas de queijo Minas e goiabada. 

Em uma outra mesa afastada estavam sentados o Santo Piá, o Sacy, o Cmte. Aulax e a oficial andina Aiany. Ao me verem acenaram com as mãos e a oficial levantou-se e veio até a nossa mesa.

- Incomodo Cmte?

- Não Aiany. Sente-se e esteja à vontade.

Aiany sentou-se e sorridente indagou:

- Como vai a Mãe?

- Aiany na medida do possível ela vai bem mais de vez em quando ela faz perguntas esquisitas.

- Como assim Cmte?

- Se a casa é tão grande porque não tem mais moradores ou então; de quem é esta casa e onde nós moramos e até uma que deixou-me  preocupado; quando é que vamos para a nossa casa. 

- Não se aflija Cmte. Os terráqueos na idade dela estão muitas vezes com um pé no concreto e outro no abstrato Ela sente falta de outras companhias e até sente a presença de espíritos vagabundos e seres etéreos da evolução natural do planeta. Por isso resolvemos mandar para sua casa uma polaris e duas andinas para lhe fazer companhia. Elas estão fazendo um curso de adaptação aos costumes dos terráqueos e nada melhor do que este aprendizado prático. Com as moças lá, ela se sente espiritualmente acompanhada e protegida embora não as veja.

- Ué! Por isso de uns dias para cá senti uma sutil mudança em seu comportamento. Mais as tais perguntas continuam.

- Simplesmente as responda Cmte.

- TC Aiany. Vamos para a reunião Cmte. Berhu? Inté Aiany.

- Inté Cmte.

Na sala de reuniões estava o Santo Piá, o Cmte. Rudron e alguns oficiais.

Sentamos-nos e a um sinal do Santo Piá o Cmte. Berhu começou a tecer considerações sobre os Ovmbas.

- Como os senhores puderam aquilatar os Ovmbas são um povo pacifico. Eles não possuem tecnologias e materiais concernentes a 4ª dimensão. Mais são exímios telepatas, muito espiritualizados e pesquisadores incansáveis do intelecto humano. Confinados em seu mundo, nada sabem sobre os Terráqueos e o planeta a não ser o que podem perceber nas rápidas incursões que realizam próximas as entradas de seu mundo.

A comitiva que aqui esteve viu por nossas telas muitos dos aspectos do planeta. Eles ficaram maravilhados embora muito constrangidos ao tomarem conhecimento das mazelas que deteriora a Humanidade terrestre. No meu entendimento podemos estabelecer um intercâmbio progressivo com eles, ou seja, em etapas.

- Muito bem, muito bem senhores. Quem estiver de acordo com a idéia que vote agora pelo telão e quem quiser fazer alguma ressalva que o faça de imediato. Ordenou o Santo Piá.

Todos votaram a favor mais com algumas ressalvas e um oficial polaris solicitou a palavra e o Santo Piá a concedeu.

- Senhores pelo visto e pelo que senti todos aqui estão dispostos a receber os Ovmbas mais percebi mentalmente que um dos maiores desejos deles e conhecer o Planeta. Seria interessante que eles escolhessem pessoas para fazerem parte da tripulação da nave que está à disposição para a possível prestação de assistência a eles.

- Muito bem pensado, exclamou o Cmte. Rudron que acha da ideia Cmte. Jotha?

- No meu entendimento senhores receber uma equipe de Ovmbas para treinamento é o passo básico. O que vier a acontecer depois dependerá da atuação deles e de seu povo.

Neste ponto o Santo Piá interveio:

- Mediante o que foi dito por todos chego à conclusão que se faz necessário a presença de autoridades dos Ovmbas para definirmos metas e responsabilidades. Cmte. Berhu entre em contato com os Ovmbas explique a eles a necessidade de um encontro de trabalho e marque a reunião. Por hoje é só e a reunião está encerrada.

Quando íamos saindo o Santo Piá me confidenciou. 

- Jotha acho que vamos ter surpresas. Eu sinto isso.

O Cmte. Berhu foi até ao mundo dos Ovmbas e à noite me trouxe as novidades; os Ovmbas queriam vir para uma reunião o mais breve possível. Mediante isto o Cmte. Berhu marcou o encontro para o dia seguinte às dez horas.

- Eles estão eufóricos Cmte. A proposta de uma equipe deles trabalhando conosco provocou um tremendo reboliço entre eles. Além do mais acho que temos alguma coisa a aprender com eles no campo da espiritualidade.

- Se é como você diz seria ótimo que a parceria desse certo.

- Claro que dará certo Cmte. Eles necessitam muito deste intercâmbio. Como as noticias foram dadas me retiro e até amanhã as dez Cmte.

. Mais como eles virão?

- Nós vamos buscá-los

- TC. TC. Cmte. Berhu Até amanhã as dez.

No dia seguinte não sei por que perdi à hora e quando cheguei a sala de reunião da nave todos já estavam sentados e conversando animadamente.

O Santo Piá me interpelou meio sério:

- Olá Cmte. Jotha alguma imprevisto aconteceu? Estamos com atraso de uns quinze minutos.

- A questão é que estava digitando um texto e me empolguei com seu conteúdo.

- Ham!Ham! Mais cuide para não incorrer em atrasos. Vamos ao trabalho.

Dhoren então se levantou e apresentou os Ovmbas especialmente a Sra. Aitic-Aiasha e um homem jovem naturalmente uma espécie de assessor Ambi-Malet. Depois das apresentações Dhoren confidenciou com o Santo Piá que dirigia a reunião e em seguida convidou a Sra. Aitic-Aiasha para falar, ela então ressaltou que antes Ambi-Malet falasse sobre o seu povo.

A mesa confabulou algum tempo e o Santo Piá com um gesto convidou o jovem a se pronunciar e de ante da mesa ele começou a fazer a sua explanação para a plenária.

- Senhoras e senhores. Não temos o privilégios dos benefícios da matéria e da semi matéria por isso não temos registros da historia de nosso povo. O que temos e procuramos manter na lembrança de cada um de nós são as recordações de vidas passadas e que são transmitidas de geração para geração. Mais até termos consciência de que teríamos de proceder assim, muita coisa se perdeu.

As nossas recordações mais remotas nos informam que somos originários de um planeta distante no centro da Galáxia e que por ser degenerada a nossa civilização, não pudemos acompanhar o destino do planeta que por merecimento foi transformado em uma estrela.Por isto fomos levados para um planeta de ordem inferior e que talvez seja o que os terráqueos chamam de inferno onde tivemos que purgar as etapas Cósmicas da evolução humana na pior precariedade que se possa imaginar. Era a Era e de renascimento em renascimento nosso povo foi aprendendo a sobreviver naquele terrível planeta e a reconhecer porque estavam ali. O sofrimento diário transformou o nosso povo em seres humildes e o divertimento ou consolo era sonhar por dias melhores ou por uma ajuda Cósmica que atenuasse tanta amargura e penares. Isto se deu a milhões de anos e os penares por milhares de anos. 

De tempos em tempos o nosso povo se reunia e implorava aos Céus ajuda mais isto nunca aconteceu. Não tínhamos nem temos credos ou religiões e o que se possa presumir ou entender que seja Deus para nós era alguém que estava e está em parâmetros mais altos de entendimento em relação a nós e ao Cosmo.

Um dia, no entanto, naves apareceram nos céus de nosso planeta. Nosso povo por muito tempo ficou na expectativa de contatos mais os contatos não se efetivaram. Durante muitos séculos terrestres para aquilatar o tempo eles apareciam e se iam até que um dia uma das naves desceu ao solo e seus tripulantes se comunicaram com o povo.

Resumindo: esses seres nos proporam viver em um planeta onde seríamos preparados para voltar à vida na matéria e retornar a nossa caminhada Cósmica. Viemos para a Terra e ficamos confinados em nosso Mundo. Por muito tempo segundo eles viveram na Amazônia mais um dia vieram até nosso mundo e se despediram. Alegaram-nos que a missão fora concluída em relação a nós e que naquele momento tinham que partir, pois em algum lugar do Universo outra civilização poderia estar precisando de ajuda.

Depois que começamos a conhecer alguma coisa da cultura dos Terráqueos nós o chamamos de, Os Santos Peregrinos e de tempos em tempos nós recordamos e comemoramos o encontro com nossos ancestres protetores. Esta é a historia de nosso povo. Obrigado.

Uma salva de palmas encerrou a falação do jovem Ovmba mais a mudança inesperada da cor dos etéreos corpos das moças e mulheres polaris e andinas obrigou o Santo Piá a tomar dura atitude.

- Por favor, senhoras, controlem-se. Não podemos equacionar os problemas usando a emoção. Vamos interromper a reunião por alguns momentos mais fico feliz em saber que a solidariedade e a fraternidade não são utopias em vossos corações.

Mediante a decisão da mesa todos deixaram a plenária e nas ante salas o assunto principal das conversas não deixou de ser os Ovmbas até que o Cmte. Aulax assomou a entrada e pediu para que todos entrassem para reinicio dos trabalhos.

O reinicio se deu com o Santo Piá concedendo a palavra a Sra. Aitic-Aiasha que iniciou a sua falação agradecendo a oportunidade de estar ali e continuando expôs as reivindicações dos Ovmbas.

- Senhoras e senhores, foi muito trabalhoso tentar o contato com a NVBR-01 e a decepção já nos incomodava quando fomos detectados pela NVBR-03. Ficamos felizes quando os contatos foram feitos principal mete porque podíamos falar a nossa própria língua. Por isso nos esforçamos para vir ate aqui após nosso primeiro contato.

O nosso desejo é celebrar acordos e intercâmbios que sejam de comum interesse e em nosso entender, basicamente são estes;

Acesso a tecnologias semi materiais e materiais.

Acesso a tecnologias informativas e culturais.

- A Sra pode definir ou especificar estas tecnologias?

- Sim. Sim.  As tecnologias semi materiais e materiais a partir de nossos raciocínios seriam absorvidas quando equipes nossas estiverem em treinamento na NVBR-01 e as informativas e culturais seria o repasse dos conteúdos da cultura dos terráqueos bem como da Sagrada Escritura Solar.

Todos na mesa e no plenário ficaram perplexos com a falação da Sra Aitic - Aiasha e o Santo Piá, o Sacy sorrindo numa viva demonstração de que sabia o que era a Sagrada Escritura Solar indagou?

- Mais senhora, o que vem a ser esta Sagrada Escritura Solar?

- Meu Santo, sei que sabes o que é a Sagrada Escritura Solar mais o plenário não sabe o que é. Posso explicar o que seja?

Sorrindo o Santo Piá lhe concedeu autorização.

- Senhoras e senhores todos aqui sabem e praticam os métodos da Ciência Oaieme mais não sabem que tais métodos compõem o que seja o teor e cerne da Sagrada Escritura Solar que é a Ciência Oaieme o Código Primordial deste Sistema Planetário.

Nós estamos no ultimo estágio da evolução telepática e podemos captar flashes telepáticos aleatórios emitidos inconscientemente pelos terráqueos. Alguns deles em diferentes partes do planeta que tomaram conhecimento da Ciência Oaieme e começaram a praticar seus métodos por curiosidade ou por sério interesse em adquirir novos conhecimentos estão se questionando se a Ciência Oaieme não seria um método universal ou específico para este Sistema Planetário ou apenas para ser usado neste planeta. Como não podemos entrar em contato com os terráqueos ainda mais que pouco sabem a respeito de telepatia, passamos a tentar contatos com vossas naves.

Mediante o relato da Sra Aitic-Aiasha não pude me conter e indaguei.

- Acredito nas suas palavras. Mais em que se baseiam os Ovmbas para afirmar que a Ciência Oaieme é uma Sagrada Escritura Solar se nem ao menos o mais elementar cálculo da Ciênciavocês conhecem ou dominam?

- Muito simples meu caro Cmte. Jotha. Quando os Santos Peregrinos se foram nada deixaram, porém nos afirmaram que um dia no futuro iríamos conhecer amigas civilizações que eram os depositários no Planeta da Sagrada Escritura Solar e seus sagrados conhecimentos nos seriam ensinados.

O termino da explanação da Sra Aitic-Aiasha provocou incrível falação no plenário e o Cmte Aulax interviu;

- Senhoras e senhores, por favor, precisamos terminar os trabalhos. A mesa precisa de um recesso de dez minutos para tomar decisões.

O plenário se acomodou silente e nós na mesa começamos um rápido debate a respeito da reunião e das pretensões dos Ovmbas e decidimos receber equipes para treinamento e disponibilizar uma Nave Escola para o mundo dos Ovmbas.

O Santo Piá leu nossa proposta em sua tela e levou ao conhecimento do plenário seu conteúdo e no ato determinou que o Cmte Berhu se encarregasse de formar uma comissão de oficiais para dar inicio ao intercâmbio.

O plenário aprovou a proposta com uma salva de palmas e o Santo Piá deu a reunião por encerrada.

Fora do plenário os componentes da mesa pararam em uma ante sala restrita a pedido do Santo Piá.

- Vocês não imaginam o que captei telepaticamente deles. 

- O que meu Santo? Indagaram todos a uma voz.

- Eles acham que já deveríamos ter organizado a Confederação Interplanetária de nosso Sistema Solar.

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Saiba +

**** O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.

**** Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me viste.

**** Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.

**** Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão

**** Fim.