Por
JB da Silva
Apenas
dois anos se passaram e o atual Primeiro Ministro da China Li Keqiang
veio ao Brasil com dinheiro à vontade e propostas irrecusáveis
que contemplam
oito áreas distintas desde a infraestrutura a planejamento
estratégico e 53 bilhões de dólares que já estão
disponibilizados para embasar as ações.
Á
parte de tudo isso, está a proposta de construção da Ferrovia Transcontinental que se dará do Porto Açu no Rio de Janeiro até o
Porto Ilo no Peru. Construída
esta ferrovia dela vai se beneficiar praticamente
toda a América Latina devido ao fato mais do que evidente de que os
países circunvizinhos tratarão de construir estradas secundárias
para contatar a Ferrovia com o objetivo de vender e exportar seus
produtos o que deve gerar para o Brasil, China e Peru novos contratos
e parcerias comerciais.
Somente
o trecho Uruaçu(GO) a Vilhena (RO) teve seu pré-projeto concluído
que estimou a extensão do trecho em 1.500km a um custo de R$.25
bilhões em bitola larga permitindo uma velocidade de 120km hora.
O
inicio da construção da Ferrovia estava previsto para Abril de 2011
mais até a data presente não começaram. O compartilhamento e
financiamento da Ferrovia foi um acerto entre a China, Peru e Brasil
em 2014 e a visita do Primeiro Ministro da China Li Keqiang pode
ensejar o inicio de estudos de projetos, viabilidades e construção
da Ferrovia.
Concluída
a Ferrovia, há de se gerenciar com propriedade através de leis e
regras de real teor e eficazes, as atividades que envolvam o plantio
de soja, a criação de rebanhos para abate e a extração de
madeiras. Não permitindo em nenhuma hipótese a ampliação de
pastagens e o aumento das áreas cultivadas tombando e federalizando
as terras à volta da ferrovia impedindo assim a grilagem e ocupações
indevidas. O que sem sombra de dúvidas implicará em um novo
repensar da Reforma Agrária.
A
História não tem pressa e às vezes costuma repetir capítulos já
vivenciados em outras Eras.
Mesmo
os mais sinceros e honestos cientistas políticos que passam os dias
enfurnados nas confortáveis salas de universidades e instituições,
e cujo olfato nunca sentiram o
“”bodum do fedor da catinga do corpo da miséria””
nas periferias, nem tampouco nos sertões remotos, não possuem
a visão, nem associam a implantação da Reforma Agrária e Urbana
com a nossa Cidadania, a Unidade Nacional e a afirmação a nível
internacional do Brasil como Nação soberana e independente.
D
Pedro II e a Reforma Agrária
Essa
visão de soberania e independência, também não tem os
governantes, políticos e nossas elites mais já a tinha em alto grau
o Imperador D. Pedro II pois preocupado com o destino dos escravos e
suas famílias recém libertos, do sertanejo subjugado como colono e
a salário vil nos latifúndios dominados pelo coronelismo econômico
e político, do iminente crescimento demográfico que poderia sufocar
as metrópoles, e a chegada sistemática de levas e levas de
imigrantes, este incrível Monarca, defensor do povo e das Coisas
Públicas, cobrou dos Parlamentares as reformas necessárias e
prometidas na época. E por força de lei, eles eram obrigados a dar
a resposta.
Na
Fala do Trono, veículo do qual se utilizava para fazer seus
pronunciamentos a Nação e aos Parlamentares, na Sessão do dia 03
de maio de 1889,
D. Pedro II provocou e cobrou do Parlamento atitudes sobre a questão
da colonização , a partir de temas que por força estavam
associados na época. E os termos com os quais se dirigiu aos
representantes da Nação foram esses:
«
Não tem sentido menos solícitos os altos poderes do Estado em
auxiliar a agricultura e outras indústrias, favorecendo a corrente
imigratória, já avolumada e em grande parte espontânea, pelos
exemplos de prosperidade dos estrangeiros que procuram a nossa
Pátria. Ascenderam as entradas, o ano passado, ao número de 131.000
imigrantes; as dos últimos meses anunciam resultado maior.»
«Para
fortalecer a imigração e aumentar o trabalho agrícola, importa que
seja convertida em lei, como julgar a Vossa Sabedoria, a proposta
para o fim de regularizar a propriedade territorial e facilitar a
aquisição e cultura das terras devolutas. Nessa ocasião,
resolvereis sobre a conveniência de conceder ao Governo o direito de
desapropriar, por utilidade pública,
os terrenos marginais das estradas de ferro, que não são
aproveitados pelos proprietários e podem servir para núcleos
coloniais.»
Os
anais do Império demonstram que no Projeto de Resposta a Fala do
Trono, de 22 de maio de 1889, o Parlamento se comprometeu a executar
as ações sugeridas pelo Imperador ainda mais que; décadas de
prosperidade atraiam a atenção do mundo e exigiam grandes
transformações em toda a estrutura da Nação. A resposta que lhe
deram de imediato foi atestarem a sua deposição em novembro através
de uma quixotesca e ridícula quartelada costume ou vício das práticas e dogmas republicanos e democráticos. a quartelada foi comandada por um General ciumento e vingativo.
Até
hoje, D. Pedro II, o Brasil e os brasileiros estão esperando uma
resposta, que poderia ter sido dada pelos políticos daquela época,
ou no atraso pelos políticos de hoje em dia.
Como
aconteceu no passado a Ferrovia Transcontinental provocará a ida de
todo o tipo de gente para sua construção. Desde prostitutas a
mascates, desde traficantes a humildes comerciantes de alimentos,
inclusive famílias
a procura de trabalho e novas oportunidades de vida não se
descartando aqui, os Sem Terra e os Sem Teto.
Quem
vai lucrar ou quem poderá lucrar com a construção da Ferrovia
Transcontinental:
Claro
e é evidente que a grosso modo e raciocinando primariamente, será a
China quem mais lucrará com o empreendimento. Implantada a ferrovia
ela poderá importar matéria-prima mais barata e exportar seus
manufaturados com maior rapidez além de começar a receber o
pagamento dos empréstimos concedidos.
Realmente
foi “ Um Negócio da China para os Chineses” ainda mais que;
existe o perigo de qualquer país da América Latina se tornar uma
“COLÔNIA ECONÔMICA DA CHINA” inclusive o Brasil.
E
o que se deve fazer?
Para
respondermos a esta pergunta necessário se faz tecer as seguintes
considerações ou explicações:
A
nível Global o esquema vigente é este:
Elite
Primordial Abstrata mais presente e determinante..
Elite
Primordial Concreta e atuante.
Elite
Política, Militar, Econômica, Industrial, Ruralista, Comercial,
Cultural, Religiosa e Máfias abstratas mais presentes e
determinantes.
Elite
Política, Militar, Econômica, Industrial, Comercial, Ruralista,
Cultural, Religiosa e Máfias concretas e atuantes.
A
nível de Nação o esquema vigente é este:
Governo
Elite
Social
Elite
Social Básica
Elite
Política, Militar, Econômica, Industrial, Ruralista, Comercial,
Cultural, Religiosa e Máfias abstratas mais presentes e
determinantes.
Elite
Política, Militar, Econômica, Industrial, Comercial, Ruralista,
Cultural, Religiosa e Máfias concretas e atuantes.
Classe
Média
Povo
Este
esquema é real no três processos civilizatórios. A partir do
demonstrativo acima entende-se que empréstimos, cooperação,
acordos e intercâmbios só exitem entre as Elites internacionais e
nacionais e não estão direcionadas as empresas de porte médio e
nem as empresas de origem popular, as micro empresas. Estas, se
pleitearem apoio e ajuda terão que se haver com a boa vontade do
Governo local e se ajuda financeira houver é a juros escorchantes
devido que o dinheiro nem sempre se origina do Governo local mais do
bolso das Elites Internacionais.
A
Classe Média fornece executivos, engenheiros, doutores,
pesquisadores, artistas e outros profissionais de alto nível.
O
Povo fornece artistas, técnicos, operários e serviçais.
As
Elites lucram de várias formas; elaborando projetos e os pondo em
prática, emprestando dinheiro de todas as formas possíveis e
imagináveis, além de gerenciar o comercio e os esforços de guerra.
A
Classe Média e o Povo não participam de tais lucros, apenas
trabalham a troco de um salário mensal que é devolvido para o bolso
das Elites ao pagarem aluguéis, alimentos, planos de saúde,
escola, remédios e outras necessidades especiais da família.
Logo,
da Ferrovia Transcontinental ao mais elementar projeto ideado pelo
Governo a partir do empréstimo de US$53 bilhões o que se há de
raciocinar é que tal montante só vai beneficiar em termos de Postos
de Serviço uma pequena parcela do Povo Brasileiro que
são
mais de 200 milhões.
Mediante
isso, temos que nos preocupar seriamente
com nossas industrias de médio porte, manufatureiras, as micro
empresas e com a valorização de nosso produto nacional a nível de
competitividade
no plano internacional para que possamos gerar os postos de serviço
necessários para o nosso desenvolvimento e tranquilidade social.
Isso
o faz muito bem os países europeus que defendem seu produto nacional
de todas formas possíveis.
Uma
campanha sistemática sobre os temas aqui abordados deve ser
empreendida em nosso dia a dia desde as salas do Ensino Fundamental
às
Universidades e aos
recintos do Senado e da Câmara.
E
a razão é esta: a história se repete e não devemos errar desta
vez.
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O olho que dizem que tudo vê, olha o Mundo e não me enxerga
pois no Ontem não era, no Hoje não é e no Amanhã nunca será. No
entanto Eu olho o Mundo e o olho que dizem que tudo vê: Eu o vejo e
o enxergo pois no Ontem Eu era, no Hoje Eu sou e no Amanhã sempre
serei porquê na Eternidade das Eternidades, Sou Um de D*E*U*S*.
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Eu vim, vi e venci e nem “eles” me viram nem tu me
viste.
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Um abraço a todos, até o próximo artigo e Inté.
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Independência ou Sorte. O Aedo do Sertão
**** Fim.
**** Fim.